sábado, 22 de junho de 2013

Mercado de trabalho x Mercado consumidor


Fonte da imagem: www.apoioaoconsumidor.org
Por Simoni Aquino

Analisando o mercado de trabalho, encontramos descrença e paradigmas em torno dos profissionais disponíveis. Essa descrença é natural pelo delicado momento do desemprego e pela acirrada concorrência no mercado de trabalho. E, apesar dos paradigmas disseminados há gerações como verdades absolutas, a maioria já não há razão de persistir.

Hoje, o mercado de trabalho apresenta uma configuração distinta em relação às características de tempos passados. Vivemos num contexto político e social diferenciado, no qual há acesso mais democrático às informações, a condição de compra e a facilidade de crédito dominam o mercado consumidor e as tecnologias estão mais acessíveis até para as classes menos favorecidas, antes excluídas.

Para compreendermos a nova conjuntura do mercado de trabalho, temos de analisar o mercado consumidor de forma mais madura e aprofundada. Há décadas, de forma gradativa, o Brasil vem conquistando o mercado internacional e, com isso, passamos a ter acesso não só aos bens, produtos e serviços nacionais. Mas, também, passamos a ter mais acesso aos produtos e serviços de empresas globais, graças à instalação de grandes empresas multinacionais em nosso país.

Com a internet, passamos a acessar informações com mais agilidade, e mais conhecimento e informação nos possibilita realizarmos mais pesquisas; com isso, desenvolvemos um senso apurado na tomada de decisão sobre produtos e serviços. Essa necessidade tornou-se ainda mais apurada com o aumento da concorrência organizacional, o que obrigou o consumidor a fazer escolhas mais assertivas, para que seu suado dinheirinho não fosse gasto com produtos sem qualidade ou com serviços ineficientes.
Graças a esses fatores, o patamar de exigência do consumidor aumentou e, consequentemente, o nível de consciência se aprimorou. Hoje, no papel de consumidores, buscamos produtos e serviços de qualidade, sustentáveis, com custo baixo – ou razoável.

Não mais aceitamos exorbitantes valores, pois temos à nossa disposição concorrentes à altura e dispostos a nos atender. A facilidade de crédito, a livre concorrência empresarial, o acesso à informação, o conhecimento disseminado de forma mais democrática e a consolidação do e-commerce brasileiro fizeram com a produção de bens, produtos e serviços passassem a tomar decisões com foco no consumidor que movimenta essa engrenagem.

Mas, quem é o responsável por produzir esses bens, produtos e serviços? Os profissionais, que são as peças propulsoras do mercado de trabalho que, consequentemente movimenta o mercado consumidor.

Então, fica claro por que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente? A atual conjuntura, obrigou o mercado de trabalho a se ajustar ao novo perfil de consumidor, por isso os paradigmas devem ser quebrados para compreensão e ajuste nesse novo contexto.

Se as empresas estão mais preocupadas com qualidade, custo reduzido e sustentabilidade, muito óbvio que os profissionais devam apresentar competências que contemplem as novas exigências da produção de bens e serviços que atendam o nível de exigência desse novo consumidor. Dessa forma, as exigências do perfil dos profissionais estão mais acentuadas, exige-se não só a formação acadêmica, mas especialmente habilidades técnicas e comportamentais que agreguem valor aos produtos e serviços ofertados pelo mercado consumidor.

Para compreender, basta que nos recordemos de nossas convicções como consumidores, usando a empatia: queremos investir nosso dinheiro em produtos de qualidade, com custo acessível e valor agregado. Queremos atendimento de qualidade, com cordialidade, respeito e com conhecimento sobre o produto ou serviço. Ou seja, tanto sobre os produtos quanto sobre o atendimento, queremos ser atendidos e contemplados em todas as nossas necessidades, tanto quanto o nosso honesto dinheiro irá pagar, para tê-lo.

Dessa forma, é natural que os consumidores, enquanto empregados de empresas ou profissionais disponíveis no mercado, estejam preparados para atender com qualidade e valor essa engrenagem. Quebrar paradigmas e estar preparado para essa conjuntura significa conscientizar-se da importância da formação acadêmica, necessidade da fluência em outro idioma, capacidade de comunicação, interpretação de textos, raciocínio lógico e analítico, capacidade de trabalhar em equipe, jogo de cintura, resiliência, cordialidade, empatia e, especialmente, respeito à diversidade.

Portanto, é muito natural que, as exigências do mercado de trabalho estejam mais evidentes e mais presentes dentro do processo seletivo das organizações, pois o trabalhador hoje deve transformar suas competências em resultados práticos e mensuráveis.

O foco do mercado é atendimento aos consumidores e, em contrapartida, para atendê-los, as organizações necessitam de mão de obra cada vez mais competente e capacitada. Uma alimenta a outra; e todos temos nossa parcela de contribuição nesta cadeia. 

Este texto foi divulgado originalmente no Portal ABRH Nacional em 17 de junho de 2013.

Este texto é de propriedade intelectual de:
Simoni Aquino
Consultora em Gestão Estratégica de Pessoas

Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá!
Por gentileza, antes de comentar leia nossos Termos de Uso, pois dependendo do conteúdo de sua mensagem ela poderá não ser respondida ou liberada.

Conto com a sua compreensão,

Simoni Aquino
Idealizadora e escritora do Blog Além do RH

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...