domingo, 10 de junho de 2012

Seu valor não é reconhecido. Reclamar da empresa ou mudar de empresa?


por Simoni Aquino

Fonte da imagem: Internet
Essa é uma questão polêmica e a situação criada por ela afeta a motivação e a imagem que o profissional tem da empresa, bem como a imagem do profissional no mercado de trabalho.



Como já abordado em artigos anteriores, vários fatores influenciam nos recursos humanos e  na tratativa que os colaboradores terão dentro das organizações, não é diferente:

- Cultura organizacional;
- Tipo de empresa;
- Porte da empresa - microempresa, pequena, média e grande;
- Nacionalidade - empresa nacional ou multinacional;
- Localização demográfica;
- Estilo de liderança;
- Posição do RH na estratégia da empresa.

Enfim, podemos encontrar as mais variadas características que impactam diretamente nos colaboradores, mas uma coisa é fato: como este artigo não está tratando de ONGS, as organizações não fazem filantropia não devemos "tapar o sol com a peneira" e reconhecer que procuram lucro e consequentemente, retorno financeiro.

Temos visto pelo mercado de trabalho uma gama de empresas que, ano após ano saem em publicações especializadas por se destacarem na Gestão das Pessoas:
Benefícios oferecidos;
Comunicação efetiva;
Salário atraente;
Treinamento e oportunidade de desenvolvimento;
Possibilidade de crescimento na organização;
Estilo de liderança.

Também encontramos no mercado um grande descontentamento em relação às empresas que tratam seus “empregados” como meros recursos humanos e que não os considera como um capital intelectual a serviço da empresa e que deve ser valorizado, para que possa demonstrar toda sua capacidade e potencial. Em empresas deste perfil, os profissionais não são reconhecidos, não são vistos, não são desenvolvidos e somente recebem o que a convenção coletiva as obriga conceder.

Vivemos em um contexto extremamente dinâmico onde as empresas tem absoluta necessidade de buscarem diferenciais para se destacarem de seus concorrentes e ainda a um custo reduzido de investimentos. Algumas empresas ainda encaram investimento em benefícios e treinamentos como “gastos” sem se darem conta do quanto importante o investimento em seus “recursos humanos” é importante para o diferencial frente a seus concorrentes.

Por isso, encontramos inúmeras empresas com índices absurdos de turnover e absenteísmo, o que nada mais é o reflexo de sua falta de cuidado quando se trata de pessoas, nas figuras de seus profissionais e “colaboradores”. Os "empregados" preferem mudar de empresa a se sujeitarem por muito tempo a uma empresa assim.

Mas nem todos tem coragem, ou condições, de saírem da empresa!

Seja por opção profissional, ou por falta de opção financeira permanecem na empresa. Até ai tudo bem... sem entrar no mérito da questão, pois cada um sabe onde seu "sapato aperta". O questionável é quando o profissional permanece na empresa, sabe-se lá por qual motivo (não estou aqui para julgar quem quer que seja); e passa a boicotar a empresa, a alimentar a radio-peão e a se comportar como se não tivesse mais nenhuma alternativa para mudar sua condição. E tem!

O contrato de trabalho, estabelecido entre a organização e o empregado é um contrato por prazo indeterminado (após o término do período da experiência) e pode ser rompido a qualquer momento, por ambas as partes. Não há legislação trabalhista que obrigue a qualquer uma das partes a manter um vínculo contra a vontade da outra parte.

Mas, o que quero dizer?
Que o contrato de trabalho é uma via de mão dupla e quando uma das partes demonstra descontentamento ela tem a possibilidade de rompê-lo, pois muito melhor o rompimento de uma relação baseada no descontentamento, do que a tolerância e intolerância (de ambas as partes) de desmotivação, falta de valorização dos profissionais, boicotes e constantes faltas.

O correto por parte dos empresários é promover a valorização dos profissionais que atuam na organização, remunerar de maneira justa (adoção de benefícios), oferecer treinamento e desenvolvimento aos colaboradores, buscar reconhecer o valor e do potencial dos profissionais e enfim, compreender que o colaborador representa a memória e o capital intelectual das organizações.

Em contrapartida, independente da valorização, o profissional que aceitou as condições da empresa no ato da contratação ainda tem a opção do rompimento do contrato durante o período da experiência, se considerar que a empresa não seja a mais adequada para suas pretensões profissionais.

A partir do momento que assinamos nosso contrato de trabalho, seja empregado ou empregador, sabemos que devemos honrar com os compromissos assumidos, cada uma das partes tem o livre arbítrio de prosseguir ou romper com suas escolhas, sem que seja necessário perder qualquer tipo de razão apresentando atitudes questionáveis e desnecessárias e que comprometam a imagem de um bom profissional.

Antes que haja críticas ao texto, refiro-me às empresas que cumprem estritamente sua convenção coletiva. Já em relação às empresas que atuam de forma desonesta e ilegal, nem vou gastar meu latim, já que o que qualquer profissional deve fazer é ingressar na justiça trabalhista, que é o local adequado para resolver este tipo de situação.

A intenção deste texto é promover a reflexão que todos os profissionais tem a opção de mudar de empresa se verificar que não se adequa às suas necessidades e objetivos. Uma vez que não se justifica apenas reclamar e reclamar e permanecer numa situação que contamina sua vida e prejudica sua imagem, pois profissionais que reclamam e não tem forças ou coragem de mudar sua situação, acaba por ser mal visto no mercado de trabalho.

Este texto é de propriedade intelectual de:
Simoni Aquino
Consultora em Gestão Estratégica de Pessoas


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4 comentários:

  1. Belo texto, me vi refletido em alguns pontos, embora ja tenha tomado a decisão de mudar por duas vezes e as efetivamente fiz, hoje busco como você fala o equilibrio entre beneficios e remuneração, embora, atualmente seja funcionário público, vejo um certo comodismo por parte do empregado e porque não uma animosidade do empregador, sobretudo, entre as médias e pequenas empresas e muito se deve acredito ao um temor em qualificar um funcionário e o mesmo de uma hora pra outra o vir pedindo pra sair da empresa, ou então buscar melhores condições na concorrência. Isso também se deve as empresas que não tem um programa, ou um mesmo um dialogo aberto com os colaboradores sobre as promoções e benefícios aos quais podem ser oferecidos, respeitados o porte, nível e situação financeira da empresa, ela tem que fazer esforços para manter seus reconhecidos talentos e criar novos, de modo a sempre tê-los motivados e sempre produtivos.

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  2. Olá Fernandes!
    Inicialmente quero desculpar-me pela demora na liberação e resposta de sua mensagem, estive por quase 15 dias sem computador e agora é que estou retomando minhas atividades com o Blog.

    Também quero agradecer-lhe pela visita a este espaço e pelas suas palavras em relação ao artigo. Fico muito satisfeita em tomar conhecimento que meu texto, foi capaz de promover reflexões a respeito de sua trajetória profissional.

    Concordo plenamente com sua opinião, quando você analisa que há um certo comodismo do profissional e uma animosidade por parte das empresas, este é um grande desafio dos RH´s: RETER os profissionais.

    Essa é uma questão delicada: se a empresa investe em desenvolvimento do colaborador, a organização por vezes não obtém retorno, pois quando o qualifica e desenvolve, ele opta por sair da empresa e levar consigo aquele investimento feito pela empresa, já que com o desligamento, tal investimento não será revertido através de retorno dessa mão de obra mais qualificada.

    Por causa dessa questão, muitas empresas optam por não fornecer subsídios educacionais através de bolsas de estudo integrais ou parciais, justamente por que após a conclusão do curso, o colaborador não oferece a contrapartida esperada pela empresa que promoveu o investimento no colaborador.

    Esse é um grande desafio dos RH´s, reterem este investimento, como é difícil segurar as pessoas, as empresas optam por não mais investirem no capital humano dessa forma. Lógico que existe muitas falhas organizacionais onde o planejamento de carreira não é bem estabelecido, bem como o planejamento de remuneração e isto influencia diretamente na retenção dos profissionais.

    Por isso mesmo, é que muitas empresas optam por recorrer a consultorias especializadas em Gestão de Pessoas, justamente para minimizar os efeitos da rotatividade. Um trabalho onde deve ocorrer estruturação do alinhamento estratégico das organizações para redefinirem seus valores, competências e analisarem seu papel, onde estão e para onde pretendem ir. Como estes fatores bem estabelecidos, buscamos a conscientização da importância da retenção dos profissionais, através da valorização dos colaboradores.

    Como vejo a Gestão de Pessoas como uma missão, talvez essa seja a maior missão dos profissionais de RH!

    Agradeço por compartilhar sua visão e por ter contibuído tão positivamente para meu artigo.

    Grande abraço e sucesso com seu Blog Estante do Fernandes (www.estantedofernandes.blogspot.com), que é maravilhoso!
    Simoni Aquino

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  3. Simoni esse artigo é muito rico de conteúdo, pois em varias partes dele lembrei de situações que aconteceram comigo, em 2 vezes que estava descontente com cargo, salário fui em busca de novos horizontes, em algumas fui bem sucedido, mas nem sempre foi exatamente aquilo que esperava e sempre fico me perguntando quando é a hora que devemos tentar uma coisa melhor,sempre com receio, se vou para o mercado e vejo que não é mil maravilhas, além que quando ouvimos do chefe (estamos te observando, temos muitas coisas boas para você, você é uma ótimo funcionário)e esse seu dia acaba que nunca chega... isso acaba desgastando o relacionamento entre uma das partes, no caso o empregado, pois tem algumas empresas que acabam pouco se importando com a motivação de seus empregados, isso esta acontecendo no momento, espero que não demore uma chance de expandir meus horizontes, obrigado pelo conteúdo.

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    Respostas
    1. Olá, (você não forneceu seu nome)!
      Inicialmente quero agradecer-lhe por contribuir nos trazendo a sua vivência.

      Infelizmente, este tipo de decisão não vem como uma receita pronto de bolo e para cada profissional e cultura organizacional, bem como perfil de liderança, essa decisão leva em conta uma série de análises pessoais e profissionais e cada um tem um momento mais adequado para a tomada de decisão.

      O que é certo é a desmotivação e como você muito bem disse, o desgaste das relações.

      Com certeza, chegará o seu momento onde terá a chance de expandir seus horizontes, mas o faça investindo em conhecimento, qualificação, leituras que agreguem valor pessoal e profissional e realize constantemente uma autoavaliação para ressaltar seus pontos fortes, para que suas qualidades minimizem suas limitações.

      Finalizo agradecendo pela confiança no Blog e seja sempre muito bem-vindo a este espaço!

      Grande abraço e sucesso,
      Simoni Aquino

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Olá!
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Conto com a sua compreensão,

Simoni Aquino
Idealizadora e escritora do Blog Além do RH

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