domingo, 1 de abril de 2012

Quem disse que você não tem o perfil da vaga? O RH, obviamente!

Fonte da imagem: Internet
por Simoni Aquino

Essa é uma questão que gera descontentamento a inúmeros profissionais disponíveis no mercado de trabalho. 
Natural que, essa dúvida ocorra especialmente entre profissionais de outras áreas ou aqueles ainda não possuem cargo de gestão e que consequentemente não participam de processo decisório da escolha de profissional que assumirá uma posição em uma equipe, já que essa escolha é realizada entre o RH e o gestor requisitante.

Antes de aprofundar nesta questão, para que haja melhor entendimento, vou relembrar um artigo onde explico como funciona o processo de Recrutamento:

ABERTURA DA VAGA
Tomada de decisão do gestor requisitante informando ao RH através de documento chamado RP – Requisição de Pessoal, a necessidade da abertura da vaga, prazo para contratação e justificativa da necessidade da mão de obra.

PERFIL DO PROFISSIONAL
Momento de definir o perfil necessário para que o profissional tenha condições de exercer o cargo, tais como conhecimentos práticos e teóricos inerentes à vaga, qualificação formal necessária, maturidade profissional, competências, habilidades, potencial, requisitos pessoais e comportamentais.

GESTOR REQUISITANTE
Onde o recrutador poderá obter informações atualizadas acerca da posição, da área e das necessidades que o gestor apresenta para que haja o preenchimento eficaz da posição.

Após as etapas de anúncio da vaga e recebimento do currículo, inicia-se a Seleção:
TRIAGEM DOS CURRÍCULOS
Somente os currículos que estiverem estritamente dentro do perfil da vaga é que terão os profissionais contatados. Profissionais que não apresentem a senioridade necessária, que não forem do mesmo nível hierárquico da vaga ou profissionais de outras áreas e que não apresentem o perfil de acordo com todas as exigências constantes no anúncio da vaga, são eliminados e descartados. Dessa forma, os profissionais disponíveis que parecem metralhadoras giratórias, continuarão aguardando por um contato que obviamente não acontecerá.

SELECIONADOR E RH
O selecionador contatará os profissionais que possuírem exatamente o mesmo perfil da vaga e promoverá todo o processo, seja com entrevista individual ou grupal, dinâmica de grupo, aplicação de redações ou testes (técnicos, comportamentais e/ou psicológicos).
Nessa etapa, o RH avalia especialmente as questões comportamentais e tabuladas (no caso de utilização de testes) na seleção, seja durante a entrevista grupal, durante a entrevista individual, desempenho durante a Dinâmica de Grupo, utilizando os testes comportamentais, avaliação da escolaridade, abordagem de questões pessoais e abordagens psicológicas, avalia a trajetória do profissional, bem como crescimento e amadurecimento, obtenção de referências junto a antigos empregadores, pesquisa de perfil em redes sociais, aplicação de redações, testes gerais e específicos. 

Nesta etapa, o selecionador faz o que foi contratado para fazer, ou seja, avalia o candidato e possui  autonomia e competência para aprovar ou reprovar os candidatos.

DECISÃO FINAL
A decisão final cabe ao gestor da área. Mas por quê? Por que se o candidato chegou até a segunda etapa, que é com o Gestor da área, indica que cabe a esse gestor avaliar questões técnicas e específicas do cotidiano do trabalho, bem como expor o detalhamento da posição e avaliar se aquele candidato tem condições "técnicas" para exercer aquela função.

Como nesta etapa, entra-se no “detalhe” da posição, somente o gestor que está acostumado com o cotidiano da área possui subsídios para avaliar essas questões. Avalia-se também o feeling do Gestor, a grosso modo “se o santo do gestor baterá com o santo do candidato”.  Nesta etapa o Gestor é soberano e cabe a ele o parecer final, ele até pode ouvir novamente o selecionador, mas será ele que aprovará ou não o candidato. 

INCOMPREENSÃO - Vejo muitos profissionais questionando:

1.  Por que o RH tem tanto poder para preterir ou reprovar os candidatos postulantes a uma oportunidade após a seleção, concluindo que determinados candidatos não possuam o perfil adequado?
O profissional de RH quando contratado, seja apresentando perfil generalista atuando como Assistente ou Analista ou seja como Selecionador, tem como responsabilidade fazer o que é pago para fazer: buscar do mercado os profissionais adequados para as oportunidades de acordo com o perfil exigido.
Simples assim!
Dessa forma, apresenta autonomia e competência para tal e não deve haver questionamento por parte dos candidatos sobre a obrigação do profissional de RH em cumprir com sua responsabilidade. O que os candidatos devem compreender é que para uma aprovação, obviamente ocorrerão reprovações.

2.  Por que profissionais de outras áreas não podem participar de vagas de outras áreas e com conhecimentos distintos, mesmo com a alegação de que “podem aprender com facilidade” outras funções?
O mercado atual exige que o profissional se especialize em sua área de atuação, portanto deve se tornar o mais competente e preparado possível para atuar na sua área escolhida. E a panfletagem do currículo (que é se candidatar a vagas fora de seu perfil e sua área de atuação) vai contra à essa exigência de especialização.
Como canta Caetano Veloso: "Cada macaco no seu galho, xo xuá, o meu galho é na Bahia e o seu é em outro lugar".

CASE
Vamos exercitar nossa empatia e nos colocar no lugar do outro? 
Suponhamos que um profissional de Marketing, que possui uma sólida e consistente formação acadêmica nesta área, que possui vasta experiência na área e que está galgando rumo a excelentes posições no mercado, trabalha numa empresa que abre uma vaga de Gerente de Marketing.

Esse profissional sabe que apresenta os requisitos necessários para assumir tal posição, no entanto, a empresa ao invés de promovê-lo opta por contratar um Gerente Financeiro que está disponível no mercado, que é ótimo e extremamente competente no que faz, ou seja na área Financeira, mas que não conhece praticamente nada de Marketing.

Como você que possui todos os requisitos e vivência técnica, com toda a competência que sabe possuir se sentiria ao ficar de fora e ser preterido?

Ou se essa mesma situação ocorrer no mercado de trabalho? O que irá sentir e pensar a respeito?

Você se perguntará: De quê valeu tanto preparo acadêmico e tantas realizações profissionais?
Você se perguntará: Do quê valeu tanto investimento, certificação e experiência?

Será mesmo que o RH está sempre errado?
Pode ter certeza que o RH é competente o suficiente para identificar quem tem o perfil da vaga que ele está trabalhando!

Abraço e até a próxima!

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8 comentários:

  1. Nesta frase vermelha, permanece a grande duvida. Pois, entrevistador de RH nunca planeja entrevista focando o objetivo conjunto de satisfacao. Sempre esta preocupado com seu cargo.

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    1. Boa Noite!
      A frase em vermelho, está dentro do contexto do artigo e se você se deu ao trabalho de lê-lo até o final, teria condições de ter percebido isto.
      Entretanto, devo alertá-lo que algumas situações:
      1. Nunca - uma palavra definitiva demais e você não possui capacidade de julgar um profissional e uma empresa que você não conhece e não acompanha seu dia a dia!
      2. O quer dizer com "entrevistador de RH nunca planeja entrevista focando o objetivo conjunto de satisfacao", por ausência de pontuação e verbalização da língua portuguesa de forma correta, essa frase está sem sentido e sua interpretação fica impossível de ser analisada.
      3. Caso tenha interesse, reformule seu comentário se atentando à forma como redige e utiliza a nossa língua matre, que eu lhe respondo ou analiso.
      4. Sempre - também é uma palavra definitiva demais e você não possui capacidade de julgar um profissional e uma empresa que você não conhece e não acompanha seu dia a dia!
      5. O que tem demais de qualquer profissional, independente de atuar em RH ou outra área, em preocupar-se com o seu cargo? O antiético seria se ele não se preocupasse com sua posição e fizesse o seu trabalho de qualquer jeito. Profissional ético e correto é aquele que se preocupa com sua posição!
      6. Conscientize-se que, no mercado de trabalho não existe espaço para as palavras: SEMPRE e NUNCA.

      Espero ter contribuído.
      Abraço e sucesso!
      Simoni Aquino

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  2. Tem sempre? Não faz muito tempo ouvi de um parente a seguinte história.
    Ele pediu que o RH da empresa selecionasse uma pessoa com certa formação, que fosse firme e com pouca experiência porque ele queria ensinar do jeito dele. O RH mandou uma pessoa com a tal formação, mas de resto, o oposto: passivo e com muita experiência. E descartou outra candidata que ele tinha gostado, mais ativa e com pouca experiência. No final, mesmo ele tentando explicar que ela era que ele queria exatamente por causa disso, acabaram mandando para o setor dele o homem com muita experiência. Essa pessoa não durou 3 meses no cargo...
    De resto, já vi também com muita frequência, certos requisitos serem todos preenchidos por determinado candidato - todos. Nada que tivessem pedido no anúncio faltava ao candidato. E no final, por uma fofoca mentirosa de uma pessoa preguiçosa e mal vista pelos colegas, esse candidato não conseguiu o emprego. E nem outros cujos requisitos também preenchia. No mais, essa pessoa, que ainda procura emprego, quando liga para saber da vaga, ouve das empresas de RH que não sabem responder. Não, ninguém sabe... No final, não temos certeza nem de que os currículos são lidos.
    Nem sempre o RH está certo. O RH não é isento de falhas.

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    1. Caro,
      Até imagino quem você seja!
      Você só leu o título e promoveu sua "crítica"? Bem se vê que nem se deu ao trabalho de lê-lo!
      E o restante de todo o texto do artigo?
      E se o leu, você deve ter um sério problema de interpretação de texto e isso só se resolve retornando ao primeiro grau do colégio primário.

      Só lhe digo que todo o seu comentário está fora do escopo do assunto abordado pelo artigo.

      Se me permite um conselho:
      Só promova críticas se for capaz de apresentar críticas construtivas, fundamentadas e dentro do escopo do artigo. Críticas vazias demonstram incapacidade e são descartáveis, queima quem as faz e só faz exaltar o trabalho do criticado.

      Caso contrário, você está fadado ao insucesso no mercado de trabalho

      Busque informações sobre a nova configuração do mercado de trabalho, busque conhecimentos mais sólidos e adquira o costume de debater com consistência. Indico meu blog, já que tem sido referência para muitos profissionais, pois é imparcial e trata dos assuntos de forma séria e abrangente.

      Sucesso,
      Simoni Aquino

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    2. Só para complementa:

      Também lhe desafio em achar em algum lugar deste blog, onde digo ou afirmo que o RH é infálível!
      Jamais disso isso, pelo contrário!
      Sempre afirmo que assim como em outras áreas, o RH também tem os bons e os maus profissionais. Também cito que, em RH existem inúmeros fatores e variantes que influenciam na tomada de decisões e a subjetividade é uma delas, pois lidamos com seres humanos.
      Você é que está completamente errado em considerar que o RH não pode falhar nunca. Seres humanos falham.
      Ou você nunca falhou em sua vida e em sua atividade profissional?

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Simoni tudo bem? Vou colocar um case, que talvez outros profissionais passem por isto. Daí a exposição também para ajudar outros.

    Primeiro : o que é um colaborador multiqualificado e um multifuncional?

    Um profissional com uma carreira construída em mais de 30 anos iniciada ao 15 anos de idade.Acompanhou portanto, a finalização da era pós industrial e atualizou com a era do conhecimento. Foi ser trainee aos 21 , dentro da área financeira passando, por exemplo, por analista financeiro, auditor, gestor comercial administrativo, supervisor, gestor, consultor, vendedor, ínterim manager, gerente e finalmente diretor. Concomitantemente, passou por vários segmentos, desde moda a gestão de contratos eletromecânicos e automação ( coisas totalmente antagônicas e que sugerem elementos que parecem conflitantes).

    Igualmente teve passagem em multinacionais de países diversos e empresas nacionais de variados portes, em várias cidades, adquirindo uma experiência multicultural Não. Não é o Super Profissional, apenas um sênior com mais de 50 anos de idade.

    Como fica esta questão de currículo para ele se expor ao mercado? Ele ainda é solicitado para trabalho.
    Naturalmente a esta altura do campeonato ele já atua também como consultor, caminho natural desse velho senhor.

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    1. Olá Lopes!
      Quando falamos de multiqualificação, falamos de um novo mercado de trabalho que exige do profissional constante atualização e reciclagem, pois como você bem disse, estamos na Era do Conhecimento e a informação e o conhecimento são diferenciais de sobrevivência no Mercado de Trabalho Atual. Os constantes e ágeis avanços tecnológicos e a rápidez na transmissão das informações, fazem com que o mercado exija essa "multiqualificação".

      Sei que o mercado atual é cruel, pois exige-se muito e muitas vezes as empresas não estão dispostas a qualificar os profissionais à altura (mas não vou aprofundar neste debate para não fugirmos do escopo), mas o Novo Mercado de Trabalho é esse e nos acompanha enquanto clientes, pois como clientes e consumidores nos tornamos extremamente exigentes e só compramos e investimos quando realmente algo está de acordo com os nossos interesses e possibilidades e o mercado de trabalho está acompanhando esta lógica atual do mercado consumidor.

      Multifuncionalidade, se espera de qualquer profissional há muitos anos, desde a Revolução Industrial, não é um processo relativamente novo:
      Onde houve a substituição da mão de obra unicamente braçal pelas máquinas a vapor e a possibilidade da inserção da mulher no mercado de trabalho, fatores estes que criou um novo panorama do mercado de trabalho, onde a capacidade de adaptação e de novos aprendizados, exigiu que os trabalhadores passassem a apresentar um perfil multifuncional.

      A mesma situação ocorreu quando iniciu-se a Era da Informática, onde as tecnologias digitais fez com que se potencializasse a necessidade da mulfuncionalidade dos trabalhadores.

      Por falta de interesse ou relapso ou até mesmo por falta de capacidade de olhar além, fez com que muitos profissionais se tornassem obsoletos para o mercado, pois vemoss que falamos de um cenário que já vem há pelo menos 2 décadas, os profissionais que não conhecem a História do Mercado de Trabalho (que é necessária) hoje não compreendem o comportamento do Novo Mercado de Trabalho e por não caminharem de acordo com a mudança, hoje tem dificuldades básicas na compreensão do novo cenário, e consequentemente na busca por recolocação.

      Multifuncionalidade e multiqualificação não quer dizer que o profissional de uma área de atuação, deve de repente, cair de pára-quedas em outra área, sem um mínimo de estudo, busca por qualificação e capacitação na nova área. Devemos todos, ter uma visão macro das organizações, mas escolher uma área de atuação e se especializar nela, para que a concorrência seja mais igualitária (que é o tema abordado pelo artigo).

      Esse profissional sênior, que você cita em seu comentário, acompanhou a evolução do mercado e fez uma carreira profissional (que muitos não entendem o que é, de verdade) dentro de sua área de atuação e qualificação e a sua multifuncionalidade o fez capaz de atuar em diversos segmentos.

      Fez o que o mercado esperava dele!
      E o currículo tem papel fundamental, pois deve retratar seu crescimento e a construção de sua carreira na sua ebvolução profissional.

      Espero ter contribuído com meu ponto de vista!
      Grande abraço, sucesso e você sabe que sempre pode contar comigo!
      Simoni

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Simoni Aquino
Idealizadora e escritora do Blog Além do RH

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