sábado, 28 de janeiro de 2017

Problemas em interpretação de texto x Julgamento

por Simoni Aquino

As sextas-feiras têm me proporcionado pertinentes reflexões sobre a educação das pessoas no mercado de trabalho. Semana passada foi o nonsense do "meu novo amiguinho do WhatsApp" (para você saber o que aconteceu, clique aqui) e ontem às 18:02, portanto início de noite da sexta, recebi a seguinte mensagem (grifos coloridos e enumerados por mim), pois irei comentar mais adiante:


Minha resposta:

CLIQUE NA IMAGEM PARA VISUALIZAR EM MELHOR RESOLUÇÃO

Depois que respondi ao e-mail, fui refletir melhor e me arrependi de tê-lo respondido, uma vez que a sra. J*****:
a) burlou os termos de uso do blog, entrando em contato através do formulário de contato de minha consultoria;
b) no assunto do formulário - GRIFO 1, não se dignou a escolher o assunto adequado Blog Além do RH.

Mas enfim, decidi responder para não ignorá-la, já que ela me fez uma grande gentileza em corrigir um erro de português cometido por mim. Na minha apresentação, logo abaixo da minha foto, do lado esquerdo do Blog, finalizo desejando que o leitor "seja bem vindo", sendo que o correto de acordo com o Novo Acordo Ortográfico é "Seja bem-vindo", com hífen.

Entretanto, decidi publicar essa troca de e-mails pois após refletir, achei por bem considerar alguns pontos publicamente e ai entra os grifos coloridos na mensagem da sra. J*****:

GRIFO 1: 
Já considerado acima.

GRIFO 2: 
Conforme respondido para a sra. J*****, considero injusto que se julgue toda uma conduta profissional enquanto "Gestora de Pessoas", bem como minha "intelectualidade", como minha fluência na minha língua nativa enquanto blogueira, por uma frase mal interpretada da parte dela ou pela ausência do hífen. 
Deixo uma dica: Estude interpretação de textos e quando ler algo, leia até o final e além disso, releia mais de duas vezes e esteja certa que entendeu corretamente e não se deixe contaminar com o veneno de um julgamento. Quem não tem capacidade para interpretar textos corretamente, está comprometendo a sua empregabilidade.

GRIFO 3:
Aproveito a oportunidade, para me desculpar com os leitores do Blog Além do RH pelo erro cometido, que foi prontamente corrigido e por isso, a mensagem da sra. J***** já valeu a pena.

GRIFO 4:
Por qual motivo devo considerar a minha colocação ao me referir à Língua Portuguesa? Devido à ausência de um hífen, será que não sou digna de explicar quanto à necessidade de fluência na língua portuguesa, quando me refiro à processo seletivo para os cargos administrativos, que demandam um nível intelectual mais apurado? A falta de um hífen numa palavra é motivo para colocar em xeque o trabalho que exerço com o blog Além do RH ou em minha atuação como "Gestora de Pessoas"? 

GRIFO 5:
Frase 1: Será que a sra. J***** é minha amiga pessoal ou minha parente para falar com tanta propriedade sobre as "oportunidades" que tive na vida?
Foi justamente esse julgamento que motivou a trazer ao blog essa mensagem, pois não admito que uma pessoa estranha ao meu convívio julgue a minha vida pessoal. 
As "oportunidades" nas quais a sra. J***** se refere, foram conquistadas com muito suor e muitas lágrimas, com muito sacrifício e abdicando de muitas coisas para continuar buscando conquistar um lugar ao sol, sem ofender e julgar quem quer que seja.
Sou fruto de um lar desestruturado pelo alcoolismo de meu pai, que morreu de cirrose hepática aos 62 anos há 10 anos atrás, minha mãe faleceu de AVC aos 45 anos quando eu tinha 16 anos de idade e tive que assumir a casa e a criação de meu irmão de 12 anos à época. Amadureci na marra, sofrendo com a perda da minha mãe, com o sofrimento nos olhos de meu irmão e com a violência doméstica na qual passávamos e com o desamparo dos familiares, por medo da agressividade de meu pai. Não fui a única e não fui a última.
Só pude iniciar a graduação aos 29 anos de idade e com quase 30 anos nas costas, tive a coragem de trocar um emprego efetivo por um estágio em RH para adquirir experiência. E recentemente, quando achei que minha vida estava estabilizada, perdi meu único irmão. 
Não me vitimizo e sempre fui resiliente. Como pode ser percebido, tive uma vida sofrida e repleta de lutas. Batalhei com unhas e dentes por todas as oportunidades que a vida foi colocando em meu caminho e tive méritos em cada conquista que obtive devido à minha dedicação e disciplina. 
Estudei muito para concluir minha graduação sem faltas e sem colas, estudando e morando em Guarulhos e estagiando na Consolação, tendo de pegar ônibus e metrô todos os dias, ganhando uma bolsa-auxílio que mal cobria as despesas com a mensalidade da graduação. Mas com um senso de responsabilidade e dedicação tremendos, sempre com um sorriso nos lábios, pois estava aprendendo a cada dia com essas experiências.
Fiz duas pós-graduações tardiamente, com dificuldade de conciliar horários e com dificuldades financeiras, pois a vida não está fácil para ninguém, abdicando de lazer inclusive, para me dedicar com afinco às especializações e ainda superando a dor da perda de meu irmão. 
Leio e estudo muito, me dedico à me especializar para exercer meu trabalho com o máximo de excelência possível. Tenho imenso orgulho de ter tido uma mãe professora que deixou sua herança de valorização à educação e à leitura e também me sinto honrada e orgulhosa por, em toda empresa em que atuei como celetista ou consultora, virar referência em termos de fluência em meu idioma nativo, ao ser solicitada em confiança, para revisar e-mails e relatórios de outros colaboradores e de facilitar treinamentos sobre comunicação verbal e escrita para o mundo corporativo.
E a sra. J*****, que nem ao menos conhece nada a meu respeito e nunca percorreu os caminhos que percorri em minha vida, vem citar "as oportunidades que tive na vida", como se eu fosse uma sortuda, uma patricinha ou uma filhinha de papai? 
Faça me favor... essa sra. J***** é digna de pena... 
E outra reflexão: E se eu fosse uma sortuda, uma patricinha ou uma filhinha de papai, se as oportunidades tivessem vindo a mim de mão beijada, o que essa senhora tem a ver com isso? 

Frase 2: Respondido no e-mail, compreenda o fato de que, no mundo corporativo, a competência de um profissional também se expressa através da forma como nos comunicamos verbalmente e de forma escrita, dependendo da área e da função a ser exercida, faz parte da empregabilidade do profissional. E o candidato será prejudicado se a sua função exigir que tenha fluência na língua portuguesa e ele num processo seletivo cometer erros graves numa redação, por exemplo. 
É fato, a sra.  J***** concordando ou não.
Não dito regras no mercado de trabalho, muito embora com muitas eu concorde e com outras, discorde.

GRIFO 6:
Sim, qualquer livro antes de sua publicação é submetida aos revisores para promoverem a total revisão do livro e consequentemente, as correções necessárias.
Até mesmo por esse raciocínio, não sou perfeita e sou passível a erros como qualquer ser humano, nunca me coloquei como alguém que não erra, pois meu senso crítico me aponta que também tenho as minhas falhas, nas quais estão plenamente reconhecidas e faço trabalhos específicos para melhorar e para aprimorar-me como ser humano
Entretanto, a sra. J**** cai em contradição quando cita que devo "considerar a minha colocação ao me referir à Língua Portuguesa", mas cita os trabalho dos revisores. 
Qual a lógica de sua colocação? Se os escritores estão sujeitos à erros, por qual motivo eu não posso ter a minha falta de hífen "perdoada" quando me refiro à Língua Portuguesa? 
Pura hipocrisia, não?

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considero importante registrar que, se a sra. J**** não tivesse julgado as "minhas oportunidades na vida", como se me conhecesse e falasse com propriedade, teria mantido essa troca de mensagens reservada.

Repito: a sra. J***** ou qualquer outro leitor tem todo o direito de não aceitar ou não concordar com as posições apresentadas no Blog Além do RH. 

Afinal de contas, cada pessoa tem o direito constitucional a ter a sua forma de pensar e de considerar as diversas situações respeitadas, entretanto, promover um debate saudável e sem ataque pessoal demonstra a maturidade do ser humano e consequentemente, do profissional que vem junto com esse ser.

Discordar é salutar, mas é OBRIGAÇÃO DE RESPEITAR A BLOGUEIRA!

Na minha opinião, julgamentos a respeito da vida privada de alguém é leviano, desrespeitoso e me permite considerar a demonstração da fragilidade de caráter da pessoa que se acha no direito a julgar a vida pessoal de alguém.

Repito: não dou o direito a quem quer que seja para julgar a minha "vida pessoal", pelo simples fato de me posicionar de forma a nunca julgar ninguém de forma pessoal e pelo fato de que, exceto meus amigos e familiares, mais ninguém conhece a minha vida e minha história. 

Portanto, sra. J***** sua opinião a meu respeito é irrelevante. 

Aos desconhecidos, dou o direito de se reservarem ao silêncio de suas opiniões e julgamentos à respeito de minha vida pessoal. 

Quer julgar minhas "oportunidades na vida"? 
Calce meus sapatos e percorra todo o caminho que percorri até hoje!
Se não conseguir, recolha-se à insignificância que representa sua vida para mim ok?

Sem mais,

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Simoni Aquino
Idealizadora e escritora do Blog Além do RH

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