segunda-feira, 26 de março de 2018

Busca pela excelência x "fazer meia boca" no mundo corporativo

por Simoni Aquino

Antes de explicar o título do texto de hoje gostaria de trazer dois conceitos muito em voga em tempos de mundo corporativo estratégico e competitivo: chefe x líder.

Para um melhor entendimento da diferença entre chefe e líder, trago uma citação do prof. Douglas de Matteu: "O chefe prega, o líder ouve; o chefe absorve energia e informações, o líder fornece energia e informações; o chefe fornece instruções, o líder fornece foco; o chefe exige risco, o líder compartilha risco; o chefe busca a glória direcionada, o líder busca a glória refletida; o chefe reconhece o que está errado, o líder reconhece o que está certo; o chefe valoriza a uniformidade e permanece estagnado, o líder valoriza a diversidade e evolui".

Assim sendo, ao apontar as diferenças entre chefe x líder, concluímos que o "chefe" controla o comportamento do seu subordinado, dá ordens, foca na execução da tarefa, resolve problemas, assume responsabilidades e dirige pessoas, enquanto que o "líder" libera o potencial de cada um da equipe, motiva, planeja, ouve, foca no processo, dá crédito, inspira, ensina a resolver problemas, compartilha responsabilidades e serve as pessoas. 

Constatamos que o mercado de trabalho se transformou muito especialmente após a globalização, hoje não há espaço para os chefes de outrora. O mundo corporativo demanda resultados rápidos porém consistentes, demanda metas alcançadas através de pessoas motivadas e não detonadas, demanda clima favorável e não depreciativo e de exposição desnecessária. Como dizia Gandhi:  "Liderança um dia teve a ver com a força, hoje tem a ver com o relacionamento entre as pessoas. E para se relacionar bem com as pessoas, é preciso entender as razões que as levam a ser do jeito que são. Sem esse entendimento, não há liderança”.

Ficando clara essa diferença, vamos à história de hoje:

Era uma vez um "chefe" um tanto problemático, que embora na prática fosse gestor de projetos, não apresentava competências básicas/mínimas para o efetivo exercício de sua função: visão holística, disciplina, administração do tempo, alocação de recursos, planejamento e liderança. Para ter seu "problema" resolvido, sua atuação era voltada ao atropelo às ações planejadas de seus subordinados, desconsideração às opiniões, não dava atenção a pontos de vista distintos dos seus e o pior, que esses pontos de vista vinham de profissionais especialistas em suas áreas de atuação, na qual ele não sabia nada ou muito pouco a respeito, entretanto era "gestor" e isso lhe dava salvo conduto para mandar, desmandar, atrapalhar e interferir.

Sua brilhante alternativa era "fazer meia boca"!!!

Isso mesmo! Em pleno século 21, em tempos de mercado de trabalho competitivo e mundo corporativo focado em resultados efetivos e consistentes, um "chefe" orienta que se faça mal feito determinados processos relacionados à Educação Corporativa, a desenvolvimento humano.

E o mercado de trabalho está cheio de meias bocas, de forma geral os "meias bocas" são instáveis e com baixo grau de inteligência emocional, repudiam a busca pela excelência, criam argumentos vazios para minimizar os benefícios do planejamento a fim de justificar a sua ausência, sentem-se ameaçados pelos que são éticos e que apresentam competências mais desenvolvidas que as suas. Rotulam quem busca excelência como "certinhos, chatos ou exigentes". E pior, exigem resultados assertivos e efetivos em prazos irreais devido a falta de planejamento.

Normalmente, criam exércitos de fieis seguidores que por medo de serem demitidos por exporem suas opiniões, agem sendo coniventes com esse tipo de atitude e sem se darem conta tornam-se sua cópia fiel, fazendo "igualmente meia boca" e pouco envolvidos com um trabalho de qualidade, de excelência. Triste e lamentável quando essa postura de baixo envolvimento com a qualidade, vem de profissionais envolvidos com o desenvolvimento humanos dos colaboradores da empresa, nas quais deveriam atuar de forma ética e como agentes de transformação e de desenvolvimento humano e corporativo.

Era uma vez... uma especialista em Educação Corporativa que ousou contestar essa orientação, argumentando que "milhões de reais em investimento para uma educação corporativa baseada na gestão por competências, não estava sendo feita para que se continuasse "fazer meia boca". Mas, infelizmente esse tipo de ordem impera nos bastidores corporativos onde o falso marketing pessoal de alguns "executivos" prevalece em empresas que apenas vivem de nome, tradição e marketing corporativo camuflando muito bem sua verdadeira face retrógrada em termos de gestão de pessoas. 

Era uma vez... uma especialista em Educação Corporativa de volta ao mercado de trabalho, porque ousou se negar a ser conivente com a praxe antiética, pequena, medíocre e incompetente do "fazer meia boca". 

Era uma vez... uma especialista em Gestão de Pessoas, especialista em Gestão por Competências, especialista em Educação Corporativa que acredita piamente que é possível ser um agente de transformação no mundo corporativo que não se curva "aos meia bocas", que não se permite não fazer o seu melhor e que deita a cabeça no travesseiro certa de que "busca excelência a cada atuação".

Era uma vez... uma profissional de Desenvolvimento Humano que acredita na sua vocação e valoriza a ética profissional, acima de qualquer coisa!"

Enfim, não se contamine... fique longe dos "meia boca".
Sua carreira profissional agradece!


Abraço e até a próxima postagem,

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Idealizadora e escritora do Blog Além do RH

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